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Gabriel exibe a medalha de ouro do Mundial de Jiu-Jitsu |
O lutador capixaba de jiu-jitsu Gabriel Lucas, o “Fedor”,
terá neste próximo fim de semana mais um grande desafio em sua meteórica
carreira. O atleta da equipe Checkmat vai competir no consagrado evento de
jiu-jitsu ADCC (Abu Dhabi Combat Championship), que reuni os melhores atletas
mundiais da arte suave em lutas na modalidade NO GI (sem kimono). A competição será
realizada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.
Gabriel vem embalado após se sagrar campeão mundial de
jiu-jitsu na categoria peso pesadíssimo faixa preta, em competição realizada
pela IBJJF - International Brazilian Jiu-Jitsu Federation no último mês de maio
em Long Beach, na Califórnia. Com apenas 25 anos, “Fedor” não deixa subir a
cabeça o sucesso dos grandes títulos já conquistados, e para alcançar ainda
mais, o lutador vem trabalhando muito, seguindo uma dura, porém eficiente
rotina de treinos.
Em plena semana final de preparação para o ADCC, Gabriel
dedicou alguns minutos do seu tempo para conversar com o Portal MMA Capixaba,
onde respondeu algumas perguntas sobre a sua carreira, futuros objetivos
profissionais, preparação para as próximas competições, assédio do público e
imprensa, dificuldades para conseguir patrocinadores, dicas para os praticantes
de jiu-jitsu que desejam crescer no esporte e mandou um recado para todos os
que torcem e o apoiam. Confira:
MMA
Capixaba: Chegar à faixa preta e conquistar o título mundial é o sonho de
qualquer atleta de jiu-jitsu. Após realizar esses dois sonhos, qual a sua meta
profissional?
Gabriel
“Fedor” Lucas: Realmente
pegar a faixa preta e ser campeão mundial na preta eram dois grandes sonhos,
porém não os únicos. Acho que a gente nunca pode se acomodar, devemos sempre
querer mais e comigo não é diferente. A minha próxima meta é ser campeão do ADCC,
pois é a competição mais próxima. Mas ainda quero ser campeão mundial na preta
pelo menos mais uma vez, ser campeão mundial absoluto, campeão mundial NO GI
que ano passado bati na trave, experimentar o MMA e por ai vai.
Na
sua opinião, o que e mais difícil, alcançar o título mundial ou se manter no
topo após essa grande conquista?
Acho
que os dois tem a mesma dificuldade, seja para você ser campeão mundial ou para
se manter no topo, você tem que treinar muito, senão você não consegue chegar lá.
A diferença é que depois que você chegou no topo, você fica mais visado, você
vai ser o cara a ser batido e ai não pode ser acomodar, deixar aquilo subir a
cabeça. Tem que manter a humildade e os treinos fortes.
Qual
a sensação de ser na atualidade o melhor atleta capixaba da arte suave e um dos
melhores do Brasil?
Não
penso muito nisso, como disse na pergunta anterior, se deixar esse tipo de
coisa subir a cabeça você perde o foco. Mas claro que fico feliz, a sensação
que tenho é de dever cumprido, pois sempre sonhei e trabalhei muito para poder
chegar ate aqui.
Antes
de ser campeão mundial na faixa preta em maio, você já vinha de vários títulos
importantes, desde a faixa roxa. Quais são os principais fatores para essa
crescente evolução e bons resultados em sua carreira?
Acho
que para você ter bons resultados e realizar seus sonhos, não existe fórmula
mágica. Eu sempre corri atrás do que eu quis, treinei muito, mas muito mesmo.
Já treinei durante carnaval, natal, ano novo, domingo, feriado, aniversario e
etc, qualquer dia é dia. Então acho que o treino duro constante aliado com minha
vontade de ser campeão e junto com minha perseverança de saber que um dia minha
hora ia chegar e minha fé em Deus foram os principais fatores.
Como
está sendo o assédio por parte do público e imprensa após o mundial? E com
relação a patrocinadores, houve uma melhora?
Esse
assédio por parte do público e impressa são coisas que eu não estava muito
acostumado. Surgiram varias entrevistas, muita gente que não conheço manda
mensagem dizendo que é meu fã e que se inspira em mim, quando vou nos
campeonatos a galera pede para tirar foto e fico feliz com isso, acho que faz
parte é o reconhecimento do meu trabalho. Quanto a patrocínio infelizmente não
melhorou muito, sei que o país esta em crise, mas o Brasil não valoriza muito o
Jiu-Jitsu, tanto as entidades públicas quanto as particulares. Para se ter
ideia, o meu principal patrocinador é uma empresa norte-americana. Aqui no
Estado então nem se fala, a situação é lamentável. O bolsa atleta Estadual a
partir deste ano só pode contemplar atletas de esporte olímpico, isso é um
absurdo e uma falta de respeito. Quer dizer então que atletas de esportes não
olímpicos como eu e muitos outros não merecemos o beneficio do bolsa atleta? Somos
"inferiores" em relação aos atletas de esporte olímpico? Sou
contemplado pelo bolsa atleta municipal de Vitória e espero que para o próximo
ano eles não adotem essa medida.
Neste
próximo fim de semana, dias 29 e 30 de agosto, você vai disputar o ADCC em São
Paulo. Como foi a sua preparação para essa competição? Qual a sua expectativa
para lutar um evento tão importante como esse?
Desde
do mundial que só treino sem kimono para este evento. Sempre foi um sonho meu
poder estar ali lutando com os melhores grapplers do mundo e agora vou poder
realiza-lo. O ADCC tem regras diferente do Jiu-Jitsu, então estudei as regras,
treinei muito, me dediquei, fiz dieta, preparação física, tudo como deve ser e
estou preparado para ser campeão. Confesso que estou um pouco ansioso para
poder fazer esta estreia, mas também estou bem confiante.
Quais
as dicas que você daria aos iniciantes no jiu-jitsu e até mesmo aos praticantes
e competidores com certa experiência, que sonham traçar o mesmo caminho de um
campeão como você?
A
dica que eu dou é que treinem muito, mas muito mesmo, pois como diz o ditado: "treino
duro, luta fácil". É claro, tenham uma vida saudável. Se alimentem bem,
tenham uma boa noite de sono todos os dias, um bom programa de preparação
física e perseverança, nunca desistam dos seus objetivos. E por último, porém
muito importante: Tenham muita fé em Deus.
Para
finalizar, mande um recado para as pessoas que acompanham sua carreira e torcem
por você, agradeça a sua equipe, professores, patrocinadores, amigos,
familiares, etc...
Eu
gostaria de agradecer primeiramente a Deus, pois sem ele nada disso seria possível,
e também a minha família e amigos que sempre me apoiaram em todos os momentos
da minha vida. Agradeço também aos meus parceiros de treino e de equipe que me
ajudam a me preparar para os campeonatos. Muito obrigado a todos que acompanham
minha carreira e sempre torcem por mim, fico muito feliz com isso. Não posso esquecer
os meus patrocinadores: Shoyoroll, PMV, Hamburgueria Shateau e SCT Core Studio
Funcional que sempre me dão o suporte necessário para eu poder estar na melhor performance,
meu muito obrigado.
Além de Gabriel Lucas, a atleta guarapariense Fernanda
Mazzelli, maior ícone do jiu-jitsu feminino capixaba, também estará competindo
no ADCC nesses dias 29 e 30 de agosto em São Paulo. Em matéria recente do nosso
site, Fernanda Mazzelli falou das experiências adquiridas e dificuldades que os atletas enfrentam em competições fora do Brasil.
Fonte: Portal MMA Capixaba
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